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Descubra o Islã crenças, leis e práticas

O Islã é uma das maiores religiões do mundo, com mais de 1,8 bilhão de seguidores.

O Islã é uma das maiores religiões do mundo, com mais de 1,8 bilhão de seguidores. É também uma das mais antigas e influentes, tendo moldado a história, a cultura e a política de diversas regiões e povos. Mas o que é o Islã, afinal? Quais são as suas crenças, leis e práticas? Como ele se relaciona com outras religiões e com o mundo atual? Essas são algumas das perguntas que este artigo pretende responder, de forma simples e objetiva, para quem deseja conhecer melhor essa fascinante religião.

Significado do Islã

A palavra “Islã” significa “submissão” ou “rendição” a Deus (Allah, em árabe). É derivada da raiz “s-l-m”, que também significa “paz”. Portanto, o Islã é a religião da paz e da submissão voluntária à vontade divina. Quem segue o Islã é chamado de muçulmano, que significa “aquele que se submete”.

O Islã surgiu no século VII na Arábia, uma região desértica e tribal, onde predominavam o politeísmo e a idolatria. Foi nesse contexto que nasceu Muhammad (que a paz esteja com ele) (571-632), considerado o último e o maior dos profetas enviados por Deus à humanidade. Muhammad (que a paz esteja com ele) recebeu a revelação do Alcorão, o livro sagrado do Islã, através do anjo Gabriel, e começou a pregar a mensagem de Deus aos seus compatriotas. Apesar de enfrentar muita resistência e perseguição, Muhammad (que a paz esteja com ele) conseguiu reunir muitos seguidores e estabelecer o primeiro estado islâmico em Medina. Após sua morte, seus sucessores (califas) expandiram o Islã para outras regiões, como África, Ásia e Europa.

Crenças do Islã

O Islã é baseado em 5 pilares fundamentais, que são os deveres obrigatórios de todo muçulmano:

  • A Shahada: é a declaração de fé, que consiste em dizer: “Não há divindade além de Deus, e Muhammad (que a paz esteja com ele) é o seu mensageiro”. Essa frase resume a crença no monoteísmo (a existência de um único Deus) e na profecia (a missão de Muhammad (que a paz esteja com ele) como mensageiro de Deus).
  • A Salat: é a oração ritual, que deve ser realizada cinco vezes ao dia, em direção à Meca (a cidade sagrada do Islã). A oração é um ato de adoração, louvor e súplica a Deus, além de ser um meio de purificação e disciplina espiritual.
  • A Zakat: é a caridade obrigatória, que consiste em doar uma parte da renda anual (geralmente 2,5%) aos pobres e necessitados. A zakat é um dever social, que visa promover a justiça, a solidariedade e a distribuição da riqueza entre os muçulmanos.
  • O Sawm: é o jejum do mês de Ramadan, que ocorre no nono mês do calendário lunar islâmico. Durante esse período, os muçulmanos devem se abster de comer, beber, fumar e manter relações sexuais desde o alvorecer até o pôr-do-sol. O jejum é um ato de obediência, sacrifício e autocontrole, que também serve para lembrar os fiéis das dificuldades dos menos favorecidos.
  • O Hajj: é a peregrinação à Meca, que deve ser realizada pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano que tenha condições físicas e financeiras para isso. O hajj é uma jornada espiritual, que simboliza a união dos muçulmanos em torno da casa de Deus (a Kaaba) e do exemplo de Abraham (o patriarca comum das três religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo).

Além dos cinco pilares, os muçulmanos também seguem seis crenças fundamentais:

  • A crença em Deus (Allah): o único criador, sustentador e senhor de tudo o que existe. Deus é único, eterno, onipotente, onisciente e misericordioso. Ele não tem parceiros, filhos ou semelhantes. Ele é o único digno de adoração e obediência.
  • A crença nos anjos: seres criados por Deus a partir da luz, que executam as suas ordens e transmitem as suas revelações aos profetas. Os anjos são invisíveis aos olhos humanos, mas podem se manifestar em formas diferentes. Alguns dos anjos mais conhecidos são Gabriel (o mensageiro de Deus), Miguel (o guardião do paraíso) e Israfil (o anjo da trombeta do juízo final).
  • A crença nos livros sagrados: as escrituras reveladas por Deus aos seus profetas, que contêm a sua orientação e sabedoria para a humanidade. Os muçulmanos acreditam que Deus enviou livros sagrados para diversos povos e nações, como os Salmos para David, a Torá para Moisés e o Evangelho para Jesus. No entanto, esses livros foram corrompidos ou alterados pelos humanos ao longo do tempo. Por isso, Deus enviou o Alcorão como o último e o mais completo livro sagrado, que confirma e preserva a mensagem original de Deus.
  • A crença nos profetas: os mensageiros escolhidos por Deus para transmitir a sua mensagem aos seres humanos. Os profetas são exemplos de moralidade, fé e obediência a Deus. Eles não são divinos nem infalíveis, mas sim servos e adoradores de Deus. Os muçulmanos acreditam que Deus enviou milhares de profetas ao longo da história, mas apenas 25 são mencionados pelo nome no Alcorão. Entre eles, os mais importantes são: Adam (o primeiro ser humano), Noah (o salvador da humanidade do dilúvio), Abraham (o pai das três religiões monoteístas), Moisés (o libertador dos israelitas da escravidão egípcia), Jesus (o messias enviado aos judeus) e Muhammad (o selo dos profetas e o mensageiro do Islã).
  • A crença no dia do juízo: o dia em que Deus irá ressuscitar todos os seres humanos que já viveram e julgá-los de acordo com as suas obras. Nesse dia, os justos serão recompensados com o paraíso, um lugar de felicidade eterna na presença de Deus, e os injustos serão punidos com o inferno, um lugar de sofrimento eterno longe de Deus. Os muçulmanos acreditam que o dia do juízo é iminente, mas somente Deus sabe quando ele irá ocorrer.
  • A crença no destino: a crença de que tudo o que acontece no universo está sob o conhecimento e o controle de Deus. Deus é o criador de todas as coisas, mas também concede ao ser humano o livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal. Os muçulmanos acreditam que Deus sabe tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá, mas também respeita a vontade humana. Por isso, os muçulmanos devem confiar em Deus e aceitar o que ele decreta, mas também devem se esforçar para fazer boas ações e evitar más ações.

Leis Islâmicas (Sharia)

As leis islâmicas são baseadas na Sharia, que significa “caminho” ou “lei” em árabe. A Sharia é derivada de duas fontes principais: o Alcorão, que é a palavra revelada de Deus ao seu profeta Muhammad (que a paz esteja com ele), e a Sunna, que são os exemplos e ensinamentos do profeta Muhammad (que a paz esteja com ele). A Sharia abrange todos os aspectos da vida dos muçulmanos, desde questões de fé e adoração até questões de moralidade e justiça. A Sharia visa orientar os muçulmanos a viver de acordo com a vontade de Deus e a alcançar a felicidade nesta vida e na próxima.

A aplicação da Sharia varia de acordo com o contexto histórico, geográfico e cultural dos muçulmanos. Existem diferentes escolas de pensamento jurídico no Islã, que interpretam a Sharia de maneiras diferentes. Além disso, existem diferentes níveis de autoridade e implementação da Sharia nos países muçulmanos, que vão desde a adoção total até a parcial ou nenhuma. A Sharia também é influenciada pelas normas e leis seculares dos países onde os muçulmanos vivem.

Países com Maior População Islâmica

O Islã é uma religião global, que está presente em todos os continentes do mundo. Segundo estimativas, os países com maior população muçulmana são: Indonésia (229 milhões), Paquistão (200 milhões), Índia (195 milhões), Bangladesh (153 milhões) e Nigéria (95 milhões). Juntos, esses cinco países representam cerca de 50% da população muçulmana mundial.

Esses países mostram a diversidade cultural e geográfica do mundo islâmico, que abrange diferentes etnias, línguas, costumes e tradições. O Islã também se adapta às realidades locais e interage com outras religiões e culturas. Por exemplo, na Indonésia, o Islã incorpora elementos do hinduísmo, do budismo e da cultura javanesa; na Índia, o Islã convive com o hinduísmo, o sikhismo e o cristianismo; na Nigéria, o Islã coexiste com o cristianismo e as religiões tradicionais africanas.

Religião do Alcorão

O Alcorão é o livro sagrado do Islã, que contém a palavra de Deus revelada ao profeta Muhammad (que a paz esteja com ele). O Alcorão é considerado a fonte primária da lei e da ética islâmicas. O Alcorão também é considerado um milagre linguístico e literário, que desafia os seres humanos a produzirem algo semelhante.

O Alcorão orienta a vida dos muçulmanos em todos os aspectos, desde questões de fé e adoração até questões de moralidade e justiça. O Alcorão também oferece uma visão abrangente da realidade, que inclui aspectos físicos, metafísicos e espirituais. O Alcorão também incentiva os muçulmanos a buscarem o conhecimento, a reflexão e a contemplação sobre as obras de Deus na natureza e na história.

Diferenças entre a Bíblia e o Alcorão

A Bíblia e o Alcorão são as escrituras sagradas do Cristianismo e do Islã, respectivamente. Ambas as religiões reconhecem que esses livros contêm a revelação divina para a humanidade. No entanto, existem diferenças significativas entre eles em termos de conteúdo, estrutura e abordagem teológica.

A Bíblia é uma coleção de livros escritos por diferentes autores ao longo de vários séculos. A Bíblia se divide em duas partes: o Antigo Testamento, que narra a história do povo judeu desde a criação até a vinda de Jesus Cristo; e o Novo Testamento, que narra a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo e as origens da Igreja Cristã. A Bíblia contém diferentes gêneros literários, como narrativas históricas, leis, profecias, salmos, provérbios, cartas e apocalipses.

O Alcorão é um livro único, que foi revelado ao profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) por Deus através do anjo Gabriel em um período de 23 anos. O Alcorão se divide em 114 capítulos chamados suras, que se organizam em ordem decrescente de tamanho. O Alcorão contém diferentes temas relacionados à fé, à moral, à lei, à história, à ciência e à espiritualidade.

A abordagem teológica da Bíblia e do Alcorão também é diferente. A Bíblia afirma que Deus é uma Trindade, composta pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo. A Bíblia também afirma que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que se encarnou, morreu na cruz e ressuscitou para salvar a humanidade do pecado. A Bíblia também reconhece a autoridade da Igreja e da tradição como fontes de interpretação e orientação.

O Alcorão afirma que Deus é um e único, sem parceiros ou filhos. O Alcorão também nega que Jesus Cristo seja o Filho de Deus, mas o reconhece como um dos maiores profetas enviados por Deus. O Alcorão também rejeita a ideia de que Jesus Cristo tenha morrido na cruz ou ressuscitado, mas afirma que ele foi elevado por Deus. O Alcorão também reconhece a autoridade do profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) e da Sunna como fontes de interpretação e orientação.

Apesar dessas diferenças, a Bíblia e o Alcorão também têm semelhanças. Ambas as escrituras compartilham muitas histórias e personagens em comum, como Adão, Noé, Abraão, Moisés, Davi, Salomão e Maria. Ambas as escrituras também ensinam valores morais e espirituais, como o amor a Deus, o respeito aos pais, a caridade aos pobres, a justiça aos oprimidos e a paz aos inimigos. Ambas as escrituras também convidam os seres humanos a se submeterem à vontade de Deus e a esperarem pelo dia do juízo final.

Deus no Islã

Para os muçulmanos, Deus é o criador e sustentador de tudo o que existe. Eles O chamam de Allah, que significa “O Deus” em árabe. Allah é único, eterno, onipotente, onisciente e onipresente. Ele não tem parceiros, filhos, pais ou semelhantes. Ele é transcendente e imanente, misericordioso e justo, próximo e distante. Ele é o senhor de todos os nomes e atributos, que revelam alguns aspectos de Sua essência.

A crença na unicidade de Deus é chamada de Tawhid, que é o fundamento da fé islâmica. Tawhid implica não apenas reconhecer a existência e a soberania de Deus, mas também adorá-Lo com exclusividade e sinceridade, obedecendo aos Seus mandamentos e evitando tudo o que O desagrada. Tawhid também significa amar a Deus acima de tudo e confiar n’Ele em todas as circunstâncias.

Os muçulmanos se relacionam com Deus através da oração, da súplica, do louvor, da gratidão, do arrependimento e da lembrança. Eles acreditam que Deus se comunicou com a humanidade através de profetas e mensageiros, que transmitiram Sua mensagem e serviram como exemplos de conduta. O último e mais completo desses mensageiros foi Muhammad (que a paz esteja com ele), que recebeu a revelação do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.

Os grupos Islâmicos

Os muçulmanos se dividem em dois grandes grupos: os sunitas e os xiitas. Os sunitas são a maioria dos muçulmanos e seguem as fontes primárias do Islã (o Alcorão e a Sunnah, ou seja, as palavras e ações do profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) e as escolas jurídicas derivadas delas. Os xiitas são uma minoria dos muçulmanos e seguem além das fontes primárias, os ensinamentos dos imames, que são os sucessores espirituais do profeta Muhammad (que a paz esteja com ele).

Dentro desses dois grupos há diversas subdivisões e correntes, que se diferenciam por questões teológicas, políticas ou místicas. Por exemplo, há os sufis, que são os adeptos do misticismo islâmico; os salafis, que são os seguidores da interpretação literalista do Islã; os ahmadiyyas, que são os seguidores de um movimento reformista do século XIX; entre outros.

Apesar dessas diferenças internas, os muçulmanos compartilham alguns elementos comuns em sua prática religiosa. Eles realizam cinco orações diárias voltados para Meca; jejuam no mês de Ramadan; pagam o zakat, que é uma espécie de imposto social; fazem a peregrinação à Meca pelo menos uma vez na vida; e seguem alguns preceitos morais e éticos baseados no Alcorão e na Sunnah.

Conclusão

Esperamos que este artigo tenha contribuído para ampliar o seu conhecimento sobre o Islã e para despertar o seu interesse em aprofundar-se nesse tema. Acreditamos que compreender as nuances do Islã é fundamental para promover o diálogo intercultural e inter-religioso, bem como para combater os preconceitos e estereótipos que cercam essa religião.

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